Aqui alguém disse:
“Outrora já houve cinema”.
Então o tempo passou.
E triste, anos depois, falou:
“Ai que pena!”

Aqui alguém disse:
“antigamente havia paz”.
Mas cruelmente foram-se os anos.
“se havia, onde estás?”

Então se repetiu a mesma rotina.
Foi ai que perguntaram:
“teve alguma idéia brilhante?”
A resposta ficou num olhar insinuante.

As flores são mesmo insensatas.
O problema vem de tudo que respira.
Colhidas ferozmente por mãos ingratas.
Mesmo depois de morta... ela conspira!

Aí alguém disse:
“Ai que pena!”
Então o tempo passou.
Ainda bem que teve o cinema.


BRUNO CORIOLANO DE ALMEIDA COSTA
Mossoró – RN, 28/08/2010