Explodir, risco que corro:
Não conter a felicidade que inventei, risco adorável:
inventado, mas de tão vivido, imaginável.

A euforia conta de mim, eufórico penso em sair
de ti e penetrar naquilo que agora sou.
Gritar: Qualquer grito preciso gritar antes do fim
da tarde pois alojado na euforia não suportaria
o negruma da noite.

Não posso correr o risco de perder o trem. Nem ser
atropelado por mim mesmo. “o homem bateu
em minha porta
e eu abri: Senhoras e senhores ponham a mão no chão...”

"Anjo Torto"
Aluísio Barros de Oliveira