A região da Chapada do Apodi possuía uma interessante variedade de animais silvestres, considerada como uma das mais ricas do Estado, e uma floresta de grandes reservas vegetais. Algumas espécies animais que representavam grande valor, são hoje raramente encontradas. Outras podem ser consideradas extintas, tais como a ema, tatu-bola, onças, porco-do-mato, pelo menos na área pertencente a Apodi, graças a matança indiscriminada de animais em qualquer época.

Nunca se fez sentir, nesta região, qualquer medida visando a proteção da fauna e da floresta, área bastante conhecida pela riqueza de sua vegetação e a quantidade de animais silvestres que ali existi-am. Tal como a fauna e a floresta sofre, também, a impiedosa devastação do machado e das queima-das, sem que se observem medidas de reflorestamento.

Animais, aves e pássaros são abatidos diariamente. Para a caçada não se reserva período durante o ano. Não se faz distinção de idade ou tamanho do animal, nem se respeita a época da postura ou da procriação. O mesmo ocorre em relação ao peixe.

Assim, diante dessa marcha ininterrupta de destruição desse recursos para combater o mal, que tem raízes profundas.

O corte de madeira das mais variadas espécies, constitui uma prática diária por parte dos exploradores madeireiros presentes em todos os pontos da chapada. A ocupação de novas áreas pelos sem-terras, vem aumentando o desflorestamento.

As espécies mais procurada, tais como aroeira, pau branco, sabiá, umburana, cumaru e pereiro, já se tornam bastante escassas.

A extração de madeira, dada a grande demanda para as mais variadas construções, tornou-se um pro-cesso praticamente de erradicação dos nossos recursos florestais naquela região.

Há a considerar, nesse processo de destruição dois fatores preponderantes: de um lado a permanente extração de madeiras para fins comerciais, do outro, as derrubadas e queimadas das matas, para a incorporação de extensas áreas às atividades agrícolas, principalmente agora com a distribuição aos sem-terras.

Relacionamos a seguir os nomes pelos quais são conhecidos nesta região, na sua maioria os animais, as aves, as abelhas e os peixes que compõem a nossa fauna:

ANIMAIS SILVESTRES:

Camaleão, furão, guaxinim, gato vermelho, gato mourisco, gato pintado ou maracajá, macaco, mocó maritaca ou jirita, mucura ou cassaco, onça vermelha, peba, preá, porco-do-mato, raposa, saguim, ta-manduá, tatu,tatu-bola, tejuassu, veado.

Animais considerados extintos:

Onça, veado, porco-do-mato, ema, gato pintado da malha grande.

AVES E PÁSSAROS:

Asa branca, abre-e-fecha, anum branco ou alma brana, anum preto ou anum cachoeira, avoante ou avoete, acauã, azulão, andorinhas, bacurau, bem-te-vi, carcará, carão, colibris ou beija-flores, corujas, caborés, casaca-de-couro, canção, concriz, currupiu, canário, ema (em extinção) fura barreira ou bico de latão, gaviões, galinhas d’água, graúna, galo de campina ou cabeça vermelha, guela d’água, guer-reiro, garças, jacu, juriti, jaçanã, João de barro, lavandeira, maçarico, marrecas, mergulhão, maracanã, mane besta, miúdos, papagaio, periquito, papacu, pega-peixe, pato d’água, pinta silgo, pica-pau, papa-lagarta, papa-pinha ou sonhassu, paturi, patolo, papasebo, papa-capim, peitica ou bico-de pato, rolinhas, rouxinol, seriema, socós sibites, sabiás, sericoia, tetéu, unhambus, urubus, vem-vem, xexeú, xorró.

ABELHAS:

Arapuá, amarela, boca-torta, capuchu Cupira, canudo, inchu, inchuí, italiana, jandaíra, jabatão, jati, mosquito, moça-branca, maribondo, sonhoron, tubiba, limão-canuto.

PEIXES:

Aniquim, apanhari, camarão, cangati, cará, carpa, cascudo, curimatã, gauiú, piau, piaba, pirampeba, sabaru, tilápia, traíra, tambaqui, tucunaré urubaiana.

PLANTAS MEDICINAIS

Há também no município uma rica variedade de plantas nativas medicinais. Mencionamos as seguintes:

Ipepacuonha ou pepaconha, pega pinto, fedegoso, barata-de-pulga, raiz de muçambé, raiz de capitão, raiz de ortiga, imbiratanha, ameixa, quina-quina, raiz de vassourinha, quebra-pedra, cedreira, canela braba, quixabeira, jabotá, milona, jucá, macela.

EXTRATIVISMO VEGETAL

Essa atividade continua sendo, no município uma fonte de renda para muitas pessoas. Vários produtos como pó da folha de carnaubeira extraído para a fabricação de cera, e o fruto da oiticica para a produção de óleo, ambos para exportação. Há também no município reservas de madeira e lenha que são extraídas para diversas finalidades. A macambira é outro produto nativo encontrado na Chapado do Apodi, bastante usada para a alimentação de gado em época de seca.

Fonte: Apodi, Sua História - Válter de Brito Guerra (2000)